Na rua, estão nos rostos
da Primavera,
de neve, vestido o arcanjo,
de lótus, flores saltitantes.
Na rua, há rostos
de ignotos assaltantes,
de celebrados transeuntes,
que contendem a Quimera.
Nos rostos da rua,
uma outra alma tua,
quadros de incertezas
que cantam à lua.
Na rua, estão nos rostos
do Inverno
os demónios ardentes,
engalanados de impurezas.
Na rua, há rostos
de luz na penumbra,
de vã miséria,
que não hiberna.
Nos rostos da rua,
do naufrágio, pensamento…
que vagueia
livre de contentamento…
Beatriz Meireles