Germina o poema nesta noite de ladrões.
Quem transportou a infância magnética
e o sintagma, com acentuação a sílaba tónica?
Quem sou eu no escuro da janela,
hostil à primeira essência?
O pinhal dorme com as crianças,
da brincadeira não nascem sonhos,
apenas medos mais fundos do que criações –
pássaros apressados que colhem tempestades,
que queimam penas com as córneas
e não alimentam as crias.
Quem é a sombra que vagueia fugitiva?
Cheira a poema e como pinhões.
Beatriz Meireles
4 de novembro de 2024